quarta-feira, 29 de junho de 2011

O ferro da politicagem nos fere e continuará ferindo...


A pouco mais de uma semana realiza quando realizava um atendimento clínico a um dos meus pacientes, ele colocou uma questão que evidente não é o motivo de seu mau estar, mas que tinha relevância à um questionamento que realizo a certo tempo acerca do crescimento demográfico e populacional de cidades medias a grandes.

Colocou que tinha que ser feito algo já nas cidades em desenvolvimento para controlar esse crescimento e dar qualidade de vida à todos. Não concordei, e fiz silêncio, pois esse era um ponto de vista meu. Logo depois notei que esse pensamento não cabe apenas a ele e sim se estende a vários moradores, em especial de Curitiba. O que creio ser um grande erro essa pensamento pelo que venho vendo e vivendo nos últimos anos, e que de certa forma esse Real me maltrata um tanto.

Veja o que vemos hoje ao contrario de um tempo atrás, mas ao mesmo tempo similar é um êxodo. Um êxodo que não mais demonstra a decadência do campo rural, mas sim das cidades pequenas do interior. A mais ou menos quatro anos vou com uma freqüência considerável a cidade a qual nasci e tenho grande carinho e nesse decorrer de tempo os jovens, que digo – As gerações de jovens... Já não são as mesmas. No espaço de seis meses vi uma das maiores mudanças. Perguntei-me, mas por que, por que eles vão para outras cidades? Não fui longe ao ver que o melhor cargo é frente de caixa, manicure, e alguns empregos na prefeitura, mas pra quem tem costas quentes. E ainda são de precárias remunerações e árduas horas. O acesso a cultura caminha aos mesmos passos; secos e pequenos.

Terras áridas como essa incube o jovem à busca de novas águas aos seus desejos, e assim a cidade perde, e continua decadente. Pois os grandes renovadores se despendem e partem para outras cidades. É triste ver que as pessoas com quem cresceu e as quais você gosta de se encontrar e viver, não estão mais lá por um motivo desse; de descaso político.

O ferro da politicagem nos fere e continuará ferindo. Se renovando em seus grupos de e interesse e condicionando o sujeito a sua sorte.

Os meses vão passar e quando eu voltar novamente a tal querida cidade, será outra, com novos jovens fora dela a falar mau da cidade que virou as costas à eles. E a cada rua cai sua consistência, amores, asfaltos e limpeza. Dói o descaso ao que gostamos e queremos bem.

Por fim, essa realidade não se limita ao local que coloco, mas sim a vastos campos gerais. Então não se busca e não há solução depois do leite derramado nas cidades grandes, mas sim há quando se cuida do que se tem em mãos e lhe foi incumbido.

E diante do Real no reconstruímos e aspiramos.

segunda-feira, 20 de junho de 2011


A representação mais original da Díade primeira, no qual o sujeito tem todo o conforto da vida uterina, pode ser expressa nesse pintura de Salvador Dali. Ao passo que a criança em tal condição e até à um lugar póstumo, se encontra como Real, a mãe como o simbólico e o Nome-do-Pai como a função que fará furo no Real, degradando a díade posta na realidade, pela representação linguística do pai.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

DIALETO DO INTOCADO


é mesmo crível que ele copie

as cores das flores

o tom da lua em estado de graça

e silencie seu Sol

às estrelas suicidas de sua Casa

o certo mesmo é que finja rir

que finja falar

que seu Sol se torne suicida

como as manhãs

que sangram suas neblinas

e anuncia o Sol

do Meio – dia

como se intocado

se tornasse curado

mas há Sol em pleno meio-dia.


inspirado na poesia de Rodrigo Madeira

dialeto do lodo