segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sujeito, um significante - Corpo, um organismo vivo.


Massa pastosa incandescente, chão, ser vivo, ar, céu, nuvens, camadas, Terra, Lua, Sistema Solar, Universo... O que não passam de objetos inanimado, soltos a esmo. E que de fato se diferem do Sujeito. O qual só se faz aos laços das falácias do Outro, e surge como um significante, por ventura um ancoradouro a fala, deixando de ser apenas um aparecido. Sujeito é o que se pensa e sente de si, e torna isso um mito, e não há uma plena verdade que o resuma, logo fazemos um "DESCARTES" do penso logo existo e me apoio em paradoxos poéticos.....

Qualquer
Traço, linha, ponto de fuga
Um buraco de agulha ou de telha
Onde chova.

Qualquer pedra, passo, perna, braço
Parte de um pedaço que se mova.

Qualquer

Qualquer
Fresta, furo, vão de muro
Fenda, boca onde não se caiba.
Qualquer vento, nuvem, flor que se imagine além de onde o céu acaba
Qualquer carne, alcatre, quilo, aquilo sim e por que não?
Qualquer migalha, lasca, naco, grão molécula de pão

Qualquer
Qualquer dobra, nesga, rasgo, risco
Onde a prega, a ruga, o vinco da pele
Apareça

Qualquer
Lapso, abalo, curto-circuito
Qualquer susto que não se mereça
Qualquer curva de qualquer destino que desfaça o curso de qualquer certeza

Qualquer coisa
Qualquer coisa que não fique ilesa
Qualquer coisa

Qualquer coisa que não fixe

poesia de
(Arnaldo Antunes)

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