terça-feira, 19 de abril de 2011

O Peso da Notícia


Entre as linhas bem traçadas do Blog às Moscas http://rodrigo-madeira.blogspot.com, uma leitura em particular me tocou. Tratava-se de um texto dos noventa anos de Krajcberg. Constava ali uma noticia e um ponto de vista que realizou metáforas e críticas a um descaso, sendo linhas de um poeta, o autor do Blog. Seu ponto de vista é de comover o pensamento lógico e afetivo, dando o brilho à notícia.

Essa foi apenas uma notícia que nos chega e há tantas outras, espalhadas em letras a tinta preta em folhas de jornais, espalhadas em palavras nos noticiários, e letras mais esteticamente elaboradas em revistas. E elas passam, mesmo assim, passam e há um desdém, ficam no passado sem amenos a terem com elas olhos de poeta. Elas que por sua vez tanto podem falar de nós.

Qual a notícia que emplaca hoje, que nos ganha os olhos com levianos pensamentos e são lançadas em nossas casas feito vômitos nas horas das refeições? As notícias que na realidade são tragédias e não nos trazem maiores implicações além de susto, dor, decepção, sofrimentos. Entretanto as demais com grande particularidade e funcionalidade em nossas vidas, passa sem ser notadas. Essas que podem possibilitar o pensamento crítico, pouco são exploradas, e quando delas se faz maior uso nos deparamos com um despreparo crítico de grande parte da civilização, infelizmente. Ao passo que os elementos cruciais da notícia ficam a deriva bem como o pensamento, vários fenômenos acontecem como - Obras de artes sendo vandalizadas, uma legião de cidadãos sem saber que se vive numa ditadura do Capital e que nesse silêncio da ignorância ela estabelece uma de suas raízes, a democracia fedendo a defunto a décadas, a poesia ainda tentando respirar entre as ondas da falta de incentivo, livrarias que são fechadas a esmo, e a leitura sendo vista como algo anacrônico, quando vista. Nem cogito a filosofia! Pra não cortar os pulsos.

Penso que o brasileiro, assim como os parasitas que formam grupos de interesse e não de políticos no planalto central, pensam mal. Não sendo um privilegio do Brasil. Me parece coisa de neurose boba. Salvo o Sarney, que acredita ser Sarney. Esse pensar mal faz uma exclusão de algo que pode ser verdadeiro nos tempos atuais, que traz notícias nossas, que implicam a certo ponto nas direções de nossas vidas, sendo elas; as condições trabalhistas, financeiras, impostos, interesses Neoliberal, o Patriarcado de Lula com gastos que se paga com menos pão na mesa... Quantos têm um ponto crítico e afetivo em relação a esses fenômenos? Fica-se numa ilha, como formiga carregando peso à Alguém apenas seguindo os passos do Outro, o puro ferormônio que produz uma fila de despatriados de si mesmo.

Um comentário:

  1. Céussss!!

    Um intervalo na nossa escuridão?

    Tenho lido coisas espetaculares na net, e esses seus argumentos em tom de indignação retoma toda a sujeira que é jogada pra baixo do tapete.
    Sujeitos ou estrangeiros de si? Não sei o que somos.
    Mais sei que vivemos no faz de conta, o país campeão (somos isso ainda??) do futebol e do carnaval, enquanto a educação e a saúde vão de mal a pior. Enquanto uns vivem na linha extrema da pobreza, há parasitas bebendo champagne francesa ás custas do povo... e vamos fingindo não ver (e ás vezes não vemos mesmo pq ler/assistir fofoca de artista é mais interessante e construtivo)
    Jornal, livro, que nada, a ditadura do capital não se interessa em formar pessoas reflexivas, conhecedoras do mundo que as envolve...

    e nosso mundo fica sim uma ilha!

    Texto maravilhoso, Osvaldo! Vou divulgá-lo (é lógico, com devidos créditos) entre amigos, pode?

    Abç

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