quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Em dias nos quais é mais fácil ser NEYMAR do que Psicologo.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

em caso de dúvidas vai abrindo portas.. . . . ..

por Paulo Leminsk.

domingo, 30 de outubro de 2011

Desejos. .. . .

Só o desejo inquieto, que não passa,
Faz o encanto da cosa desejada...
E terminamos desdenhando a caça
Pela doida aventura da caçada.

(M. Quintana)

domingo, 25 de setembro de 2011


E

se um dia

nosso amor sintonizar, eu e você

?


terça-feira, 13 de setembro de 2011

e quanto a mim?

Não gosto e me deprimo, muitas vezes sem notar, quando sou tratado como dinheiro. Inglês,

Natação, Cursinho, Faculdade, Pós, Mestrado, sou tudo que uma empresa precisa, mas quanto

amim? Durante a madrugada meu corpo e alma indiferenciado exclama - Se não me deixares

Sonhar, não te deixarei dormir!!!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Antiparástase de Ângela....


As palavras de Ângela são anti palavras: vêm de um abstrato lugar nela onde não se pensa, lugar escuro, amorfo, e gotejante como primitiva caverna. Ela ao contrário de mim raramente raciocina: ela acredita!!!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O tempo passa o tempo todo...


Um domingo de tarde sozinha em casa dobrei-me em dois para frente - como em dores de parto - e vi que a menina em mim estava morrendo. Nunca esquecerei esse domingo. Para cicatrizar levou dias. E eis-me aqui. Dura, silenciosa e heróica. Sem menina dentro de mim.

(Clarice Lispector)

domingo, 28 de agosto de 2011

Status de relacionamento: ...

(...) farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz...

Clarice Lispector.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

HOMOFOBIA, HOMOFOLIA.

Há certo tempo penso nesse tema, fenômeno, medo... Confesso, que com a freqüência que a mídia enfatizava ISSO, aumentava mais e mais minha necessidade de dar um nome a ISSO, e talvez de modo feliz chego a concluir e chamar de HOMOFOLIA.

É considerável pensar que a Homofobia seja uma Homofolia recalcada, que escapa em formas de ódio, tendo como seu oposto o amor. Entendo esse ponto como quem também sofre de um mau das más compreensões, como aquele que também sente as correntes desse rio que nos deixa a margem de um saber mais pulsivo quando ao que somos. Compartilho desse mau diariamente e por ser par a ele vejo e entendo os caminhos que o a aplicamos.

Falando um pouco mais dele entendo que seria como ter um amor falso, por não saber do mundo e do amor que estamos e temos, e que por fim perdoamos a Deus já em estado de graça maior e vemos que a incapacidade de compreender é nosso medo frente a morte, caso contrario vivemos um falso amor. Repetimos e Repetimos, repelimos e repelimos o verdadeiro amor.

Aceito a diferença e acolho, não por ser uma boa pessoa, mas por saber que não há nada mais além de nós mesmo para sermos, caso contrário amaremos a mentira, o nosso sintoma. Essa é a voz que se levanta frente à diferença, o sintoma, que nada mais é que uma incapacidade para não ser capaz, e esse capaz seja lá para que for. Essa voz hoje chamada de Homofobia. Uma tentativa angustiada de acreditar que se é diferente do homossexual. Oras, quem tanto desdém quer comprar. Parte-se ao ato, por não ter a capacidade de diferenciar, ou por se identificar. É como se não houvesse uma barreira e que um belo dia vários homossexuais invadiram suas casas, as ruas, as escolas e beijariam seus filhos e a si mesmo. Ao contrario, eles só querem viver seus desejos e a satisfação do desejo como causa arrepios em muitos.

Como sempre nossa cultura tem uma questão, problema, com o corpo, pois bem, é nele que se goza. Sempre foi motivo de esquecimento, privações, generalizações e ele ininterruptamente na contramão, abrindo um leque de possibilidades. Hoje vemos com coragem alguns desse leques possibilitarem novos ares e encontramos um medo, pessoas “mexidas”, a Homofolia, chamada de comumente de homofobia, que ataca pedra e recalca de um próprio desejo. Se incomoda, oras, aí tem....

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Levemente, sobre o amor...

O amor não tem nome. Transita em objetos escolhidos de acordo com nossas formas passadas de amar, quando ainda nos estruturávamos. Cada qual tem uma forma de sentir essa falta sublime de um lugar pleno e que nos deixa de forma crescente. Quando escutei essa música me veio a ideia de posta-lá. Pois fala de forma simples o que tanto damos e não temos para quem não é...

.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011


Talvez eu mate o que fui, talvez eu imite o que sou.
......

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Violência Infantil

O grande Outro, podendo ser Lobos....


terça-feira, 19 de julho de 2011

pulsão escópica

o olho
desesperado pelo olhar
emudece em inveja
pacifica-se
em belas linhas, cores, formas
o olhar esquece que o olho
é olho...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Consultório de Psicanálise!

http://www.wix.com/osvaldomello/consultoriodepsicanalise#!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O ferro da politicagem nos fere e continuará ferindo...


A pouco mais de uma semana realiza quando realizava um atendimento clínico a um dos meus pacientes, ele colocou uma questão que evidente não é o motivo de seu mau estar, mas que tinha relevância à um questionamento que realizo a certo tempo acerca do crescimento demográfico e populacional de cidades medias a grandes.

Colocou que tinha que ser feito algo já nas cidades em desenvolvimento para controlar esse crescimento e dar qualidade de vida à todos. Não concordei, e fiz silêncio, pois esse era um ponto de vista meu. Logo depois notei que esse pensamento não cabe apenas a ele e sim se estende a vários moradores, em especial de Curitiba. O que creio ser um grande erro essa pensamento pelo que venho vendo e vivendo nos últimos anos, e que de certa forma esse Real me maltrata um tanto.

Veja o que vemos hoje ao contrario de um tempo atrás, mas ao mesmo tempo similar é um êxodo. Um êxodo que não mais demonstra a decadência do campo rural, mas sim das cidades pequenas do interior. A mais ou menos quatro anos vou com uma freqüência considerável a cidade a qual nasci e tenho grande carinho e nesse decorrer de tempo os jovens, que digo – As gerações de jovens... Já não são as mesmas. No espaço de seis meses vi uma das maiores mudanças. Perguntei-me, mas por que, por que eles vão para outras cidades? Não fui longe ao ver que o melhor cargo é frente de caixa, manicure, e alguns empregos na prefeitura, mas pra quem tem costas quentes. E ainda são de precárias remunerações e árduas horas. O acesso a cultura caminha aos mesmos passos; secos e pequenos.

Terras áridas como essa incube o jovem à busca de novas águas aos seus desejos, e assim a cidade perde, e continua decadente. Pois os grandes renovadores se despendem e partem para outras cidades. É triste ver que as pessoas com quem cresceu e as quais você gosta de se encontrar e viver, não estão mais lá por um motivo desse; de descaso político.

O ferro da politicagem nos fere e continuará ferindo. Se renovando em seus grupos de e interesse e condicionando o sujeito a sua sorte.

Os meses vão passar e quando eu voltar novamente a tal querida cidade, será outra, com novos jovens fora dela a falar mau da cidade que virou as costas à eles. E a cada rua cai sua consistência, amores, asfaltos e limpeza. Dói o descaso ao que gostamos e queremos bem.

Por fim, essa realidade não se limita ao local que coloco, mas sim a vastos campos gerais. Então não se busca e não há solução depois do leite derramado nas cidades grandes, mas sim há quando se cuida do que se tem em mãos e lhe foi incumbido.

E diante do Real no reconstruímos e aspiramos.

segunda-feira, 20 de junho de 2011


A representação mais original da Díade primeira, no qual o sujeito tem todo o conforto da vida uterina, pode ser expressa nesse pintura de Salvador Dali. Ao passo que a criança em tal condição e até à um lugar póstumo, se encontra como Real, a mãe como o simbólico e o Nome-do-Pai como a função que fará furo no Real, degradando a díade posta na realidade, pela representação linguística do pai.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

DIALETO DO INTOCADO


é mesmo crível que ele copie

as cores das flores

o tom da lua em estado de graça

e silencie seu Sol

às estrelas suicidas de sua Casa

o certo mesmo é que finja rir

que finja falar

que seu Sol se torne suicida

como as manhãs

que sangram suas neblinas

e anuncia o Sol

do Meio – dia

como se intocado

se tornasse curado

mas há Sol em pleno meio-dia.


inspirado na poesia de Rodrigo Madeira

dialeto do lodo

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O altar com as cabeças do bando de Lampião



Frederico Pernambucano de Mello, no seu livro Guerreiros do Sol, faz uma belíssima análise do movimento do cangaço no Brasil. Esse movimento social acabou de forma bastante violenta e é rara a exibição de poder do Estado como a que houve com relação aos cangaceiros mortos. A imagem acima é bastante eloquente. Um altar praticamente: como interpretar essa estética macabra?

Para Freud, a cabeça cortada pode ser considerada muitas vezes um símbolo da castração. Seu texto sobre a cabeça da Medusa deixa isso bem claro. Talvez, esse caminho seja adequado aqui… Expor a castração, tão “viva”, tão possível, dessa forma horrenda é mesmo uma maneira de petrificar o outro, de assombrá-lo com a possibilidade de uma morte terrível e iminente.

Mas, o que eu gostaria de comentar aqui é o caráter de ficção, de arranjo, de produção artística, dessa cena. Reparem nas máquinas de costura no alto, ao fundo. Reparem nos chapéus, quase como outras cabeças…

Poderíamos tentar traçar a genealogia desse desejo do Estado mostrar seu poder dessa forma, criando uma ficção de poder ilimitado e castrador. Quando é que isso começa a ser recalcado? Afinal, seria absurdo pensar, hoje, numa cena como essa, num Estado Democrático de Direito. Nem na guerra, talvez, esse requinte sádico seria tolerado pela sociedade civil.

É uma questão importante saber se se trata de recalcamento apenas dessas imagens, ou se há também um necessário recalcamento dessa violência estatal… Não é raro, infelizmente, no Brasil, episódios como o do Carandiru ou o de Eldorado Carajás. Mas, o tratamento “estético” dado a esses eventos é completamente diferente. Quando isso começa a mudar? Por quê?

FABIO BELO


" Atualmente há meios que Barrem esse Outro que impõe e logo devassa. Podemos citar nessa função Os Direitos Humanos, que talvez traga um contra ponto à uma análise interpretativa dos fenômenos sociais. Entretanto mesmo assim esse ímpeto "Don Sarny" encontra meios de se fazer presente pela atuação ambígua das forças Policiais e por outros meios do Estado."


quarta-feira, 25 de maio de 2011

Você quer o que você Deseja?



Foram nove horas de conversa, com pequenas pausas de silêncios, sentados na varanda soltos em cadeiras com base de ferro e plástico que fazia o elo entre as estruturas. Era casa de fundo modesta na medida para se viver. Na frente grama e uma praça pública. Eram rodeados pelo silêncio e alguns momentos por sons de carro. Ambos de amizade longa, 25 anos. E a cabo disso parecidos, irmãos de alma.

No início foram lamentações do amigo e logo se pode notar que era a vida pedindo espaço, em meio a gritos, ordens, consignas impostas por algum Outro que se faz e desfaz no vento. O principio de tudo foi à ocupação de um cargo estimado pela sociedade, um cargo público, todos falavam a ele de boca cheia que era o seu futuro e assim estava garantido. Ele que nunca teve alma destinada às cobiças capitais, bem como as ditas felicidades modernas se estranha, pede socorro.

Destaco um ponto da conversa que trata do gerente do Banco, que encarna esse papel todos os minutos, horas, dias, semanas... E com de praxe tira férias em Salvador com sua família, esposa e filhos, esses que estudam em colégio particular e fazem curso de inglês, preparando-os para as exigências do mercado, mais um parafuso na engrenagem. Ele se joga em meio as esses clichês sem amenos se questionar sua relação a isso. Vive uma historia imposta e faz dela sua estória. O gerente realmente acredita ser o gerente. Falta apenas seu rosto estampado na Caras cortando vegetais coloridos e um cão labrador bege correndo perto da piscina de sua casa, isso sim é a dita felicidade.

E nós sentados na varanda, o sol se pondo e uma certeza - De que aquela simples casa e nossa consciência era o suficiente para o hoje, amanhã e depois.


-Segue o escrito, de outra forma....


quinta-feira, 19 de maio de 2011

Pulsões Parciais


Parece-me típico do sujeito usar seus objetos e depois deixá-los, sendo eles o que forem semblantes, roupas, carros, etc... Em relacionamentos isso já não é tão possível, então se cria

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Qual a importância da Familia?

Essa é uma questão aberta, que deixo livre para quem lê o Blog responder por meio dos comentários e por fim faremos um debate na medida do possível, fiquem a vontade...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

HaiKai

A noite traz o vento
nuvens escondem a lua
depois a chuva.





No céu
uma estrela brilha
mais que a cidade





Na noite o céu marrom
o vento passa o tempo todo
cantando entre os galhos o seu tom, saudade


___________________________

terça-feira, 19 de abril de 2011

O Peso da Notícia


Entre as linhas bem traçadas do Blog às Moscas http://rodrigo-madeira.blogspot.com, uma leitura em particular me tocou. Tratava-se de um texto dos noventa anos de Krajcberg. Constava ali uma noticia e um ponto de vista que realizou metáforas e críticas a um descaso, sendo linhas de um poeta, o autor do Blog. Seu ponto de vista é de comover o pensamento lógico e afetivo, dando o brilho à notícia.

Essa foi apenas uma notícia que nos chega e há tantas outras, espalhadas em letras a tinta preta em folhas de jornais, espalhadas em palavras nos noticiários, e letras mais esteticamente elaboradas em revistas. E elas passam, mesmo assim, passam e há um desdém, ficam no passado sem amenos a terem com elas olhos de poeta. Elas que por sua vez tanto podem falar de nós.

Qual a notícia que emplaca hoje, que nos ganha os olhos com levianos pensamentos e são lançadas em nossas casas feito vômitos nas horas das refeições? As notícias que na realidade são tragédias e não nos trazem maiores implicações além de susto, dor, decepção, sofrimentos. Entretanto as demais com grande particularidade e funcionalidade em nossas vidas, passa sem ser notadas. Essas que podem possibilitar o pensamento crítico, pouco são exploradas, e quando delas se faz maior uso nos deparamos com um despreparo crítico de grande parte da civilização, infelizmente. Ao passo que os elementos cruciais da notícia ficam a deriva bem como o pensamento, vários fenômenos acontecem como - Obras de artes sendo vandalizadas, uma legião de cidadãos sem saber que se vive numa ditadura do Capital e que nesse silêncio da ignorância ela estabelece uma de suas raízes, a democracia fedendo a defunto a décadas, a poesia ainda tentando respirar entre as ondas da falta de incentivo, livrarias que são fechadas a esmo, e a leitura sendo vista como algo anacrônico, quando vista. Nem cogito a filosofia! Pra não cortar os pulsos.

Penso que o brasileiro, assim como os parasitas que formam grupos de interesse e não de políticos no planalto central, pensam mal. Não sendo um privilegio do Brasil. Me parece coisa de neurose boba. Salvo o Sarney, que acredita ser Sarney. Esse pensar mal faz uma exclusão de algo que pode ser verdadeiro nos tempos atuais, que traz notícias nossas, que implicam a certo ponto nas direções de nossas vidas, sendo elas; as condições trabalhistas, financeiras, impostos, interesses Neoliberal, o Patriarcado de Lula com gastos que se paga com menos pão na mesa... Quantos têm um ponto crítico e afetivo em relação a esses fenômenos? Fica-se numa ilha, como formiga carregando peso à Alguém apenas seguindo os passos do Outro, o puro ferormônio que produz uma fila de despatriados de si mesmo.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

a morte


meu tio,
que ontem mesmo
perguntou as horas,
já não está

em lugar algum,

já não está
onde seu corpo está.

seu corpo está
ali, enguiçado.

meu tio
deitou-se sobre si.

melhor, deitaram
o que fora meu tio,
os pés juntos, sem

a memória do tato,
o escândalo de aves
nos cabelos,

o cheiro de urina,
os goles de naufrágio

(letes nas veias),

como um quarto
sem mobília ou gente
sobre o terreno cediço,

uma nudez,
como escurecer
desmorona uma maçã
e acende a luz
na pele
de um cavalo.

a morte agora
é sua casa, a roupa do corpo,
o oxigênio,

a carta de câmbio,
o preço do frete,
a dentadura, o aquário,

o berço, a biblioteca,
a gaveta
de gravatas,
o comprovante
de renda,
o revólver,
a certidão
de nascimento.

morrer é para sempre.

o corpo de meu tio
(sem que meu tio
estivesse presente)
foi enterrado

com um relógio
no pulso.

rodrigo madeira
* primeira das seis partes do poema
("pássaro ruim", ed. medusa, 2009)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Uma Fantasia possível de Gozo...


... é uma aposta na transferência, que remete ao dizer da condição inconsciente de um sujeito em questão. Isso vale aos quatro cantos do Mundo, em todas as relações que um sujeito faça sem sua vida, crendo que uma das mais discutidas e levadas além do fato são as relações amorosas. Quando li esse poema de Fauzi Arap, notei como eu, e outros realizam um mergulho em si e entrelaçado em seus mitos fazem um olhar à um outro, ou Outro.
Respirem fundo, é lindo!

"Eu vou te contar, que você não me conhece.
E eu tenho que gritar isso, pq. você está surdo e não me ouve.
A sedução me escraviza a você, ao fim de tudo você permanece comigo, mas presso ao que eu criei e não à mim.
E quanto mais falo sobre uma verdade inteira um abismo maior nos separa.
Você não tem um nome , eu tenho, você é um rosto na multidão e eu sou o centro das atenções.
Mas a mentira da aparência do que eu sou e a mentira da aparência do que você é.
Por que eu, eu não sou o meu nome e você não é ninguêm.
O jogo perigoso que eu pratico aqui.
Ele busca chegar ao limite possível de aproximação.Através da aceitação da distância e do reconhecimento dela. Entre eu e você existe a notícia, eu me dispo da notícia e a minha nudez parada te denuncia e espelha.
Eu me relato, tu me deladas, eu vos acuso o confesso por nós.
Só assim me livro das palavras com as quais você me veste".

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sujeito, um significante - Corpo, um organismo vivo.


Massa pastosa incandescente, chão, ser vivo, ar, céu, nuvens, camadas, Terra, Lua, Sistema Solar, Universo... O que não passam de objetos inanimado, soltos a esmo. E que de fato se diferem do Sujeito. O qual só se faz aos laços das falácias do Outro, e surge como um significante, por ventura um ancoradouro a fala, deixando de ser apenas um aparecido. Sujeito é o que se pensa e sente de si, e torna isso um mito, e não há uma plena verdade que o resuma, logo fazemos um "DESCARTES" do penso logo existo e me apoio em paradoxos poéticos.....

Qualquer
Traço, linha, ponto de fuga
Um buraco de agulha ou de telha
Onde chova.

Qualquer pedra, passo, perna, braço
Parte de um pedaço que se mova.

Qualquer

Qualquer
Fresta, furo, vão de muro
Fenda, boca onde não se caiba.
Qualquer vento, nuvem, flor que se imagine além de onde o céu acaba
Qualquer carne, alcatre, quilo, aquilo sim e por que não?
Qualquer migalha, lasca, naco, grão molécula de pão

Qualquer
Qualquer dobra, nesga, rasgo, risco
Onde a prega, a ruga, o vinco da pele
Apareça

Qualquer
Lapso, abalo, curto-circuito
Qualquer susto que não se mereça
Qualquer curva de qualquer destino que desfaça o curso de qualquer certeza

Qualquer coisa
Qualquer coisa que não fique ilesa
Qualquer coisa

Qualquer coisa que não fixe

poesia de
(Arnaldo Antunes)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

TRADUZIR-SE


TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

quarta-feira, 30 de março de 2011

Psicanálise, uma Arte


A psicanálise por sua natureza apresenta-se no campo da ciência de forma diferenciada, singular e desprovida do discurso final, de mestria. Seu antônimo envolve a ciência desde seu sempre, sendo o pilar de suas justificações irredutíveis. Ao se apoiar no campo da palavra, a qual nuca se esgota, a Psicanálise admite-se de maneira tal que não visa uma verdade objetiva, comum nas práticas cientificas, mas sim na produção de algo corriqueiro a linguagem, a produção mítica.

A formulação discursiva, entende Lacan, é algo que não pode se minimizar a uma verdade, pois a definição de verdade se apóia sobre ela, e é na media em que a fala progride que encontramos a verdade, mas a fala nunca se limita a um fim, ela se esparrama em metonímias e metáforas, sempre sendo um grã, molécula solta no vasto campo de conjunção de letras e palavras, ficando a verdade sempre a ser.

Com isso a Psicanálise não visa sempre o mesmo fim, a produção final é uma variável, independente de suas técnicas e modos operacionais. Ela é comparável a uma arte-liberal, pois relatada e possibilita a relação do homem consigo mesmo, um mergulho em falácias de seus fantasmas, sintomas.... Favorecendo uma relação interna, fechada sobre si mesmo, inesgotável que o uso da fala comporta na sua máxima excelência. Isso é uma ARTE.

quarta-feira, 23 de março de 2011

SUJEITANDO-SE

O QUASE.

A PERDA.


A LETRA.

O SUJEITO.

- Como falar de mesma coisa de formas diferentes.

terça-feira, 22 de março de 2011

sexta-feira, 11 de março de 2011

Espião de mim mesmo


A pequena cidade passa aos meus olhos, mau sabem que sou um espião que copia as almas que vagam cá e acolá, pobre cachorro que não me escapa, amores que não ficam e dias que deixam gosto de até mais, de uma soma que demora. O encontro das almas demoram, erramos a esmo. Copio e colo em letras as almas.

Um dia você me sorriu, em meio a músicas, barulho, cervejas e almas, entre elas a minha, envergonhada por estar só. Eu diria e muitos concordariam que foi um convite, não um sorriso, você me mostrou que se pula e se dança e rir é um estado natural da alma. Passei dias vivendo, como se olhasse uma fotografia, um retratado que nunca me mostraram, mas que sempre procurei coisa de instinto.

Enquanto isso a pequena cidade caminhava e ouvia de fora almas gritando por estarem bêbadas e eufóricas, mas logo volta a sua alma, morena, cabelo preto longo que parecia estar no melhor lugar do mundo. Eu, oras, queria voar, ir mais lato que você e de lá te estender a mão, também tenho alma, ela pulsa, e no meio do salão gritei estou preso, e com um beijo na tua boca rompi tudo isso, senti meu corpo no teu, pele com pele, pelo com pelo, boca com boca, e sim – A textura vale. Ficamos em puro silêncio por minutos, eu acho. Eu tinha aceitado o convite, eu que caçava as almas alheias agora tinha a minha em mãos, e dela falava.

Ela passou anos sangrando em silêncio, nas presas de minhas próprias garras, mal sabia dela, sabia que doía e essa dor era confundida com tédio, derrotas e saco cheio. Uma alma devota, lindas, bonita aos olhos dos outros, olhos que meus olhos fizeram de garras. Lembro que semanas atrás ela encontrou algo e passou dias e noites vivendo, entre bares, camas e caricias. Essa felicidade tem nome, mas eu não conto, é meu segredo mais intimo e mas exposto, eu o vivo, e por ser só meu você fica a cargo da sua imaginação.

Hoje minha alma me leva, e te leva e entre outros... Agora sinto o gosto da saudade do até mais, e essa soma, que em dias será adição, e em dias se multiplicara em nomes e mais nomes, sou grato, fico em silêncio por respeito a nosso encontro, nossos passos foram lindos eternos, teu gosto permanece na minha boca e nessa cidade sempre serei um espião de nossas almas e aquelas que vagam nessas ruinhas apaixonadas ou não como eu.

(Frederico Almeida)

Passei a usar Black-tie


Através do filtro do sonho empoeirado observo somente a lembrança dos trajes do passado. As gavetas estão repletas de saias torcidas, todas mantendo o balanço amassado das rendas. Os lenços, os chalés, os colares... São para colorir e alegrar o espaço. Num cenário repleto de signos, nasce um personagem vivendo ideologias conhecida apenas nos livros de história. Numa época em que os sonhos escalavam as montanhas, e os cachos deslizavam sobre a minha cintura.

Mas a hipocrisia chegou também a mim. Os sonhos passaram a serem charutos enrolados por notas de dinheiro. A casa dos meus pais já não é mais minha. Não se compra mais dez pães por um real. As contas passaram a chegar pedindo pelo meu nome.

As ideologias eu retomo quando me chegar à velhice. Agora preciso trabalhar, preciso passar para o outro lado. No guarda roupa consta: vestido, camisa e bleizer, todos de cores neutras. Os acessórios são de prata, o cabelo agora é Chanel. Não tive escolha. Passei a usar Black-tie.


_______

Esse texto foi escrito por Cintia Clessi, considero uma nova escritora de Curitiba e de outros lugares, seus textos são publicados no seu Blog http://madameclessi.blogspot.com/. Encantado ao ler, fiz uma breve referência a sua obra com uma pitada de Psicanálise, melhor, um grão, molecola de pão.

O Real com suas intermináveis repetições inomináveis, que nos pegam de assalto assim como o cabelo que cresce, os pelos pelo corpo, as rugas, as unhas do pé depois de um dia longo de trabalho, elas já crescidas. A economia, a inflação, os dez pães que agora são quatro por um real, as metáforas os sonhos que nem sempre cabem por longas datas, são diluídos engolidos por outros mundos da realidade em assaltos, seqüestros, homicídios, novas gerações e a necessidade de sobreviver e ou viver, que nos faz “passar pro outro lado”.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Entre a Arte e o Trabalho


Com as especulações teóricas, conversas de supervisão e o dia a dia rodeado de pessoas que muito cedo levantam, de tarde tardam as suas casas e durante a noite acadêmicos me surge esse pensamento – A Arte e o Trabalho. A pouco a caminho do consultório me senti do alto frente a um formigueiro, várias pessoas a rápidos passos e não sei bem se sabendo o motivo pelo qual se colocavam de tal forma nas calçadas, em filas indianas, em silêncio fúnebre a caminho do trabalho.

Questiono-me quais são as palavras que articulam novas possibilidades as pessoas frente ao seu trabalho? Qual é o nome, a marca social que tem o trabalho? Qual o uso que se faz dela? Há uma condição de posição do sujeito frente ao trabalho?

Começo pensando como, desde o início da nossa formação cultural se estabeleceu essa relação entre homem e trabalho? Vejamos que sempre houve uma condição – Reis e Escravos. Ressalto que com a chegada dos colonizadores. Desde então esse foi o cenário que se estabeleceu e ainda se estabelece a condição de trabalho na nossa cultura, ou seja, desliza nesses dois significantes, quando o Real não invade com suas misera plasticidade.

Mas creio que as palavras como janela da alma evidenciam o peso de ambos os significantes, reis e escravos, que miram um ponto chave da topologia lacaniana, o eixo imaginário. Evidente que não somo um nem o outro, mas sim o que motiva a ação, muito mais interessante que ambas condições anacrônicas. Entretanto há uma necessária coragem para transcender tal ponto e assumir a condição de sujeito, que não visa um só resultado como o trabalho, mas sim caminha na pluralidade da alma aos desejos, anseios, que ganham forma e conteúdo.

O trabalho pode encalhar como um sintoma, amarrando o sujeito a um discurso pobre, chato e patético e todos os domingos e segundas-feiras passam a ser um parto lento a vida alguma. Muitos falam – Maldita músiquinha do Fantástico! E ainda comentam das caras de segunda – feira. Ambos talvez expressando um abandono a algo precioso de cada um.

Fora esse discurso, temos a possibilidade da arte, que visa a criação, não se limitando a um único e mero resultado. Entre a arte e o trabalho há o desejo ou o sujeito, que pode cair na ditadura do capital ou um artesão, um artista faz de seu oficio uma própria criação, tendo como guia o desejo.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Etiquetas Psiquiátricas que afogam o Sujeito

Quando vi esse vídeo fiquei quieto e ri de felicidade e lembrei o quão mediócre é o CID, que têm como objetivo ser carregado por um tanque de guerra. Relembrei o quão é limitado o trabalho de um psiquiatra e psicólogos que limita o sujeito a um nome, não havendo um espaço para o discurso. O vídeo fala por si mesmo, uma bela poesia.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Como se deve falar....



Hoje durante meu treino estava conversando com minha instrutora, assunto o qual nem me recordo, eu estava espontâneo, fala pelo prazer de falar. Foi quando em um dado momento ela me falou – Osvaldo, você fala como um garoto de 20 anos! Nesse momento eu parei de falar, pois fui indagado por um pensamento, esse por sua vez indagava – Mas quem disse que há um padrão cronológico quando há um objeto a. E continuei a pensar – Onde esta o manual especifico dos modos a se falar aos 27 anos. E respondi a ela – Mas eu não tenho 27 anos, tenho 7, eu adoro brincar! Ela não concordou e eu ri...

No fim da noite ao ler o Seminário 11 de Lacan, que transparece seu rompimento com a IPA, pelos seus questionamentos e métodos , os quais lhe oferecem um ponto de virada, ampliando seus conhecimentos e ensinamentos, e sempre sem negar sua herança Freudiana. Ao ler essas paginas notei que Lacan nunca rompeu com Freud, mas sim com os conceitos e valores que IPA dirigia a Psicanálise. Ele fez o que uma Psicanálise é capaz de fazer, ressaltar o objeto a. Tirando de cartaz o Outro onisciente e todas as suas condições pragmáticas de obediência a normas econômicas e políticas.

A Psicanálise vai de frente ao pragmatismo social ao ponto de ressaltar o que há de movimento no sujeito. Os analistas agem visando o Eros do analisando, o que pode ser o avesso do que é socialmente aceitável no momento histórico e particular. Tenho a idéia que ela possibilita a liberdade e o dedo que se aponta a quem goza é nada mais que a tentativa de não aceitar o destaque, classificá-lo na intenção de prender, para que o que há de solto em si fique mórbido.

Posso até dizer que cada herança se apóia na fantasia, que separa o sujeito dividido do objeto a, e claro que não se garante em fixações, e assim se escreve em “tenho 7 anos” e “Lacan – Eu sou Freudiano” e se apaga e se escreve de novo com as mesmas letras formando outras palavras.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Por não estarem distraídos....

Nem tudo é questão e resolução em análise, há lugares que não devem ser tocados, é um erro imaginar e ousar esgotar os elementos de cada cantinho... Deixa, fique... E que sempre haja uma leve embriaguez....

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.


(Clarice Lispector)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cada qual com seu cada um


Creio que antes ao ver alguém eu via o Outro que pela minha historia era mais meu do que a própria pessoa que estava a minha frente. E por ai a fora eu ia, não, mas sim por ai a dentro, né? Com pouca graça e palidez. Entretanto tudo que é pálido pouco brilha, ora perde-se validade e jogamos fora, ou cai como moedinhas de 1centavo no chão, sem valor. Mas claro depois de ver que a palidez não reflete a vida, mas uma forma de viver deformada, um mostro fantasmagórico. Não via a vida, mas sim o umbigo, uma ignorância que chamava de maravilhosa. Talvez por medo ou burrice. Entretanto aqui jaz.

Agora, fico de queixo caído quando vejo como cada um faz de sua vida uma singularidade. Andando por ai conheci um sujeito que nada quer saber de namorar, filhos e afins, mas sim tomar hormônios e malhar. Outro me diz que estuda para passar em concursos e esta noivo. Outro fica em casa fumando e bebendo café e é feliz. Uma me relata que vive à custa do marido e crê que sua obrigação é sustentá-la e comprar uma casa na Batel. Outro vive a buscar sua cara metade encantada. E aos poucos notei que cada um navega por mares diferentes, e cada porto vale uma esperança.

Quando me lembro dos relatos desses amigos e colegas, me vem à idéia da segunda clinica de Lacan, na qual todos são desprovidos de pai, todos deliram, entretanto as voltas do eixo fálico. É ou não é uma empreitada pelo mar? Uma viagem? Em busca da....

Cada um com seu mito, suas navegadas, que visto por outro sujeito, pode ser ridícula, mas pra quem crê é ouro. E atualmente com essa mudança de grau na barra do sujeito dividido, surgem comportamentos de vanguarda quase que a esmo, o que deixa as gerações anteriores tremulas as diferenças. Diferença essa que instala um silêncio entre as gerações, não se entendem e pior – querem entender. Os tempos mudam e o mundo se renova.

Frente à vida cada um busca formas e maneiras de ser feliz, cada um com seu cada um, cada um com seu delírio, com sua viagem e colocando-se no mundo. Para finalizar, quando li a seguinte frase no twitter, notei que ela poderia calhar com final - ‎"Existe duas maneiras de ser feliz nesta vida, uma é fazer-se de idiota e a outra sê-lo." Freud.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Status do Macho


Macho que é macho troca pneu de carro em plena tempestade de verão, com um charuto na boca e uma garrafa de aguardente na mão. Macho que é macho caga de bruço no chão com as pernas fechadas. Macho que é macho come todas “as muié”, e nunca abaixa a crista. Macho que é macho é anabólico e fala – Lugar de mulher é no tanquinho. Macho que é macho tem carro importado e voa baixo com sua moto. Macho que é macho é carinhoso e compreensivo. Macho que é macho sempre tem uma galinha amarela a seu dispor, e por ai vai... Do macho de cozinha ao macho metros-sexual

O discurso social muitas vezes autentica o ser macho, homem, por meio de insultos que circulam em todas as esquinas, bares, lares e afins. Fornecendo apenas algumas condições de ser macho e homem. O discurso se repete e ganha novas “Verdades” que agora há nas falácias do mercado neo liberal, exposto em vitrines, onde não há espaço para a angustia, tristeza e coisas de pessoas fracas. E o que vemos? - Esses sentimentos ressurgirem com a mesma intensidade que lhe viram as costas. O pior é quando nem isso acontece. Mas ao que eu quero dar uma pincelada não se refere a esse fato, mas sim ao discurso massacrante e imaginário que é impelido pelo social na certeza do que é um – Macho.

Para começo, Macho, não resume ninguém é apenas um significante, um semblante e uma hora ou outra se vai ao vento. Sabemos que nos respondemos, se podemos chamar de respostas, na cadeia de significantes, e essa condição que o social emprega como único é um insulto – um nome. Somos mais que isso, ser homem é estar na pluralidade para o fim de uma ética própria. Fato simples – Homossexual é um homem que gosta de homem. Toma! A primeira pedrada nessa frágil estrutura de vidro. Talvez isso explique os chiliques dos homofóbicos, essa homofobia que mais me parece uma homofolia recalcada.

Creio na necessidade, e como o único caminho o destacar-se desse discurso, descolar-se, cair, não aceitar esse insulto, esse nome. Mas sim, fazer valer sua própria ética, caso contrário o número de angustiados e depressivos enlouquecidos em seus estados pulsionais vão continuar ascendente rumo a crença em uma mentira desmedida.