A pouco mais de uma semana realiza quando realizava um atendimento clínico a um dos meus pacientes, ele colocou uma questão que evidente não é o motivo de seu mau estar, mas que tinha relevância à um questionamento que realizo a certo tempo acerca do crescimento demográfico e populacional de cidades medias a grandes.
Colocou que tinha que ser feito algo já nas cidades em desenvolvimento para controlar esse crescimento e dar qualidade de vida à todos. Não concordei, e fiz silêncio, pois esse era um ponto de vista meu. Logo depois notei que esse pensamento não cabe apenas a ele e sim se estende a vários moradores, em especial de Curitiba. O que creio ser um grande erro essa pensamento pelo que venho vendo e vivendo nos últimos anos, e que de certa forma esse Real me maltrata um tanto.
Veja o que vemos hoje ao contrario de um tempo atrás, mas ao mesmo tempo similar é um êxodo. Um êxodo que não mais demonstra a decadência do campo rural, mas sim das cidades pequenas do interior. A mais ou menos quatro anos vou com uma freqüência considerável a cidade a qual nasci e tenho grande carinho e nesse decorrer de tempo os jovens, que digo – As gerações de jovens... Já não são as mesmas. No espaço de seis meses vi uma das maiores mudanças. Perguntei-me, mas por que, por que eles vão para outras cidades? Não fui longe ao ver que o melhor cargo é frente de caixa, manicure, e alguns empregos na prefeitura, mas pra quem tem costas quentes. E ainda são de precárias remunerações e árduas horas. O acesso a cultura caminha aos mesmos passos; secos e pequenos.
Terras áridas como essa incube o jovem à busca de novas águas aos seus desejos, e assim a cidade perde, e continua decadente. Pois os grandes renovadores se despendem e partem para outras cidades. É triste ver que as pessoas com quem cresceu e as quais você gosta de se encontrar e viver, não estão mais lá por um motivo desse; de descaso político.
O ferro da politicagem nos fere e continuará ferindo. Se renovando em seus grupos de e interesse e condicionando o sujeito a sua sorte.
Os meses vão passar e quando eu voltar novamente a tal querida cidade, será outra, com novos jovens fora dela a falar mau da cidade que virou as costas à eles. E a cada rua cai sua consistência, amores, asfaltos e limpeza. Dói o descaso ao que gostamos e queremos bem.
Por fim, essa realidade não se limita ao local que coloco, mas sim a vastos campos gerais. Então não se busca e não há solução depois do leite derramado nas cidades grandes, mas sim há quando se cuida do que se tem em mãos e lhe foi incumbido.
E diante do Real no reconstruímos e aspiramos.
Adorei o nome do blog! Pensando bem, tem tudo a ver!
ResponderExcluir(por gentileza, publique esse comentario aqui ok, ele está mais completo)
ResponderExcluirOsvaldo, td bem? Faz um tempinho escrevi um caminhão de percepções minhas acerca do seu post, mas deu um bug na internet e perdi todo ele. Ai, que raiva rss
Sim, raiva, pq qdo leio um post, se gosto dele, gosto de deixar a marca do que compreendi, do que senti a respeito logo em seguida da leitura. Acredito ser essa a minha forma mais original de pensamento, parece mais "puro", sabe.
Enfim, vou colocar o que vejo sobre esse êxodo. Realmente, o que vc descreve é a realidade de muitos campos gerais.
Tb sou do interior do PR (Rio Negro), além disso, esse quadro que vc coloca faz parte de todo lugar por onde andei. Faz mto tempo saí de RN, por motivo de trabalho.
Vi mts e mts pessoas saírem de lá, algumas "cuspindo no prato que comeram" por insatisfação, outras obrigadas para tentar garantir um pouco mais de qualidade de vida, etc... Nem vou entrar na questão das que falam mal, uma pq gosto mto da minha cidade apesar de, outra pq cada um deve ter seu motivo, que por sua vez deve ser justificável, ainda que estranho, bobo, torto, sei lá...
Agora, infelizmente o fato de não haver incentivos para que estes jovens continuem nas suas cidades, ou então, que voltem para ela, depois de formados, por exemplo, é lamentável. Tb não há educação que promova esse sentimento de ligação, de amor com estas cidades. Sei que precisamos mostrar o mundo globalmente, mas precisamos também despertar o interesse, o afeto pelo que é nosso e está em nós. A gente quase não vê isso, mostra-se o quanto se pode alcançar mais rapidamente nossos sonhos indo em direção ás metrópoles. Além disso, sabemos que a tendência é depreciar; á "grama do vizinho" sempre é mais verde. Mts vezes, pura ilusão.
Ouvi pessoas falando sobre seu desejo de voltar e melhorar a sua comunidade, fazer algo pela cidade, estar perto das raízes, não afastar-se dos vínculos, e sendo assim, contribuir na construção de uma identidade coletiva e tb reafirmar suas identidades individuais, porém, com a falta de estímulos, com a decadência econômica, política e social realmente fica difícil e dá pra entender se colocando no lugar dessas pessoas. Somos sempre engolidos pelo capitalismo.
Sabe, via cenas curiosas e tocantes entre estudantes que iam para as grandes cidades estudar. Vi mta gente se organizar longe das famílias com outras pessoas da mesma cidade, da mesma região e tal. Dava fim de semana, td mundo pro "interiorzão" encontrar com a família, com amigos, com namoradinho hehehe
Uma febre de ir para a cidade grande, mas fins de semana queriam "colo". E voltavam com as bagagens cheias de compostas das avós, bolachas das tias, comidinhas da mãe, etc... As bagagens pra mim, vinham com mais que alimento para o corpo, eram tb alimentos da alma e esse agrupamento, qdo longe de casa, tentavam estabelecer, ou então, continuar com essa coesão, as suas identidade. Reafirmavam-se o tempo todo.
Bem, to falando de alguns exemplos somente, por que sei que isso não é unânime. De qqr forma, achei interessante os pólos: sair e ficar. É Osvaldo, o ferro da politicagem continuará ferindo, seja lá como for. Mas o caos atinge a todos, uma hora ou outra, quem com ferro fere, com ferro será ferido.
E haja reconstrução! Amém!
Abç