Uma das cenas, claro, entre muitas outras que me chamaram a atenção nesse domingo que a polícia retoma o Complexo do Alemão, foi a de um pai entregando o filho às autoridades. Nesse momento me perguntei como – Como esse rapaz seguiu outras referências que não a desse pai? Um pai que aparentemente era responsável, de principio, com sotaque do nordeste, e no momento infeliz pela escolha do filho e que diz – É, uma hora tem que pagar ne senhor. Em resposta ao repórter. De um lado a sua palavra de outro o filho sendo segurado ao braço pela mão do pai.
Notei que esse pai estava de cabeça baixa até a pergunta do repórter, quando colocou sua lei em resposta a atitude do filho, até então senti um pai humilhado por outros discursos, o qual seu próprio filho possivelmente se serviu para tornar-se um traficante. Creio que o uso desse discurso pelo jovem cabe ao que Lacan considera como fazer os Nomes do Pai, vigentes por “ai”, que busca no Outro Social condições subjetivas para a construção do mito individual. Quanto que aquele pai, que possivelmente implicava sua lei no seio do lar, me remete a um pai edipiano, do Totem e Tabu que fortalecia uma outra forma de pacto social que atualmente se encontra anacrônico e apenas escutado após uma imposição maior, nesse caso a do Estado.