segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Como se deve falar....



Hoje durante meu treino estava conversando com minha instrutora, assunto o qual nem me recordo, eu estava espontâneo, fala pelo prazer de falar. Foi quando em um dado momento ela me falou – Osvaldo, você fala como um garoto de 20 anos! Nesse momento eu parei de falar, pois fui indagado por um pensamento, esse por sua vez indagava – Mas quem disse que há um padrão cronológico quando há um objeto a. E continuei a pensar – Onde esta o manual especifico dos modos a se falar aos 27 anos. E respondi a ela – Mas eu não tenho 27 anos, tenho 7, eu adoro brincar! Ela não concordou e eu ri...

No fim da noite ao ler o Seminário 11 de Lacan, que transparece seu rompimento com a IPA, pelos seus questionamentos e métodos , os quais lhe oferecem um ponto de virada, ampliando seus conhecimentos e ensinamentos, e sempre sem negar sua herança Freudiana. Ao ler essas paginas notei que Lacan nunca rompeu com Freud, mas sim com os conceitos e valores que IPA dirigia a Psicanálise. Ele fez o que uma Psicanálise é capaz de fazer, ressaltar o objeto a. Tirando de cartaz o Outro onisciente e todas as suas condições pragmáticas de obediência a normas econômicas e políticas.

A Psicanálise vai de frente ao pragmatismo social ao ponto de ressaltar o que há de movimento no sujeito. Os analistas agem visando o Eros do analisando, o que pode ser o avesso do que é socialmente aceitável no momento histórico e particular. Tenho a idéia que ela possibilita a liberdade e o dedo que se aponta a quem goza é nada mais que a tentativa de não aceitar o destaque, classificá-lo na intenção de prender, para que o que há de solto em si fique mórbido.

Posso até dizer que cada herança se apóia na fantasia, que separa o sujeito dividido do objeto a, e claro que não se garante em fixações, e assim se escreve em “tenho 7 anos” e “Lacan – Eu sou Freudiano” e se apaga e se escreve de novo com as mesmas letras formando outras palavras.

4 comentários:

  1. Porque idade, formação ou vocabulário não nos dão garantia alguma.
    aliás, a única garantia que temos em vida, é a morte.

    Disse Lançando: se quiserem ser lacanianos, sejam vcs. Eu sou freudiano.

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  2. Gostei do que li por aqui...
    Postei em minha casa um texto sobre minha chegada aos 40... estou procurando o manual que diz como se deve falar nesta idade.. vc sabe onde encontro?? rsrsr

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  3. é que com as histéricas de Freud, e a maioria dos casos naquela época, o obejeto a quase sempre remetia-se ao desejo sexual, ao eros.
    Acho que Lacan da uma puta sacada (desculpa o termo) quando institui o pensamento de pulsões parciais, quebrando com a evidência de uma pulsão erótica apenas.

    Abraços

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